Poesia de José Carlos Moutinho - Os ciprestes; Sou o tempo que resta;Voz
Poesia de José Carlos Moutinho - Os ciprestes; Sou o tempo que resta;Voz
Os ciprestes
Levo-me no abraço dos verdes ciprestes,
Por este caminho de calorosas curvas,
Do teu corpo...
Na suave textura da tua pele,
Faço chão da minha caminhada,
Em deslizantes impulsos de sensações,
Que torna ruborizada a tua derme
E sôfrega a tua respiração,
Nesta dança sufocada,
Por osculações delirantes,
Num frenesim de braços e pernas,
Que se atropelam e se fixam,
Como os caules das flores
Se agarram ao chão macio e húmido,
Dos leitos onde se deitam,
Sou o tempo que resta
Na mansidão da tarde esmorecida
pela luz do sol, que se vai escondendo
no horizonte, confundido com o infinito,
levo-me em pensamentos
que se perdem nos confins do tempo!
Olho-me e vejo-me na simplicidade de mim!
Sou apenas o tempo que resta
e quero viver nos sonhos do tamanho
Do meu querer,
sentir os cheiros que me rodeiam,
aspirar a brisa de primaveras imaginadas,
sorrir à lua, que me vigia altaneira,
Voz
Voz, que palavra tão pequena com um valor imenso,
sem ti, que seria de mim?
As minhas palavras morreriam no silêncio do vazio,
como poderia eu, voz,
transmitir os sons das minhas emoções
e fazer soar alto todo o sentido do meu dizer?
A minha poesia não teria a força do meu querer,
numa voz silenciosa,
calada na garganta sufocada,
sem som!
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