Raizonline - Jornal - Radio - Portal

Poesia de Natal - NATAL - Manuel Alegre; Natal - Manuel Maria Barbosa du Bocage; NATAL CHIQUE - Vitorino Nemésio

   

 

Poesia de Natal - NATAL - Manuel Alegre; Natal - Manuel Maria Barbosa du Bocage; NATAL CHIQUE - Vitorino Nemésio

 

 

NATAL

 

 Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
 Era gente a correr pela música acima.
 Uma onda uma festa. Palavras a saltar.

 Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
 Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
 E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

 Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
 No teu ritmo nos teus ritos.
 No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
 Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
 E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
 No teu sol acontecia.

 

Natal

 

 Se considero o triste abatimento
 Em que me faz jazer minha desgraça,
 A desesperação me despedaça,
 No mesmo instante, o frágil sofrimento.

 Mas súbito me diz o pensamento,
 Para aplacar-me a dor que me traspassa,
 Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,
 Teve num vil presepe o nascimento.

 Vejo na palha o Redentor chorando,
 Ao lado a Mãe, prostrados os pastores,
 A milagrosa estrela os reis guiando.

 

NATAL CHIQUE

 

 Percorro o dia, que esmorece
 Nas ruas cheias de rumor;
 Minha alma vã desaparece
 Na muita pressa e pouco amor.

 Hoje é Natal. Comprei um anjo,
 Dos que anunciam no jornal;
 Mas houve um etéreo desarranjo
 E o efeito em casa saiu mal.

 Valeu-me um príncipe esfarrapado
 A quem dão coroas no meio disto,
 Um moço doente, desanimado…
Só esse pobre me pareceu Cristo.

 

 Leia este tema completo a partir de 17/12/2012

 

 

 

 



14/12/2012
0 Poster un commentaire

Inscrivez-vous au blog

Soyez prévenu par email des prochaines mises à jour

Rejoignez les 17 autres membres