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Poesia de Sylvia Beirute - Deserto urbano; Tu nunca foste um anúncio; Cinderela; Diante do Mundo

 

Poesia de Sylvia Beirute - Deserto urbano; Tu nunca foste um anúncio; Cinderela; Diante do Mundo  

 

 

  Deserto urbano

 

 se me derem um deserto para viver.
 do deserto selecciono a minha independência
para ver ao longe aquilo que ao perto
 já não amanhece.
 e no grande livro do nada
uma conjunção avermelhece
 como estrutura transitiva,
como massa de água que resolve as luzes
 e ainda assim ilumina todas as raízes.
 e por fim desejo não ter de escolher as palavras.
 que os dias sejam levados com os astros.
 que o meu segredo seja um exercício infinito,

 

Tu nunca foste um anúncio

 

 tu nunca foste um anúncio
 nunca vendeste nada
nem sequer o teu amor

 tu nunca tiveste qualquer pequena coisa
 à prova de bala
 tu nunca escreveste coisas simples

 

Cinderela

 

cinderela na rua do mundo.
doces olhos vezes baixinho.
a escrita sobe pelas escadas.
 as páginas são sempre a próxima página.
 todas as pessoas estão no lado direito
 das suas opções.
 o corpo já não contém cinderela
 na rua do mundo.

 

Diante do Mundo

 

 diante do mundo,
 ele exclui a fuga possível, a numeração
 das palavras
 como soma da simplicidade. é impossível
recordar
 quando se ouve outra música.
 (a distância é uma garrafa que tenho
 na barriga).
 diante do mundo, ele procura o silêncio
 dentro da legibilidade.

 

 

 Leia este tema completo a partir de 28/5/2012

 



26/05/2012
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