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Poesia de Sylvia Beirute - O PRATO ; ABDOMEN OU A PAZ FINAL; UM OUTRO POEMA DE AMOR

 

Poesia de Sylvia Beirute - O PRATO ; ABDOMEN OU A PAZ FINAL; UM OUTRO POEMA DE AMOR
 

O PRATO


 
o poema vai reagir aos olhos do rei.
quando as suas palavras se perderem
noutras palavras.
em cada segunda-feira.
em cada fernando pessoa de madrugada
e instante.
e por cada vergonha, um beijo
vale a pena


 
ABDOMEN OU A PAZ FINAL
 

é o requinte da escrita sobre o voo do inseto.
na suspensão das breves pausas.
na saliva amena de uma linha
encontrada na hesitação da paz final.
e o homem detém-se no verde fresco
da ideia sem corpo.
o corpo ausente que instiga um braço oculto,
e, logo, uma mão invisível, autónoma de um medo
sem uns fios de ferro que o definam
e lhe exercitem o sangue.
 

UM OUTRO POEMA DE AMOR
 
o nosso amor não tem cultura,
não tem competências ou uma só entidade
que possa ser contactada
em caso de pré-morte;
não contempla todas as regiões
de um sábado ao fim da tarde, sinos
que reverberam na lembrança
imediatamente anterior, fazendo
ligar todo o tempo.

 

Leia este tema completo a partir de 23/05/2011

 


 

 



22/05/2011
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