Poesia de Telma Estêvão - Verbos; Sedutora; A saudade passeia-se diante de mim
Poesia de Telma Estêvão - Verbos; Sedutora; A saudade passeia-se diante de mim
Verbos
Os verbos começam a ganhar vida,
Agitam-se na mente, desassossegados,
Arranha-me e açoitam-me, em castigo.
Empurram-se e atropelam-se,
Até germinarem,
Soltam-se do coração, frios
E escorrem pelos dedos, cálidos
Famintos e em excitação…
Por uma folha imaculada,
Escrevem e varrem a dor.
Mal sabem, o quanto vão sofrer…
às vezes emudecem-me a caneta, com magoa,
Outras vezes abraçam-na e não se calam.
às vezes deixo a saudade desenhada,
Sedutora
Sedutora, respiras luxúria,
Agitas (te) os ramos,
Deixas que o vento de envolva
E percorra o tronco, nu.
Despida ofereces (te) à estrada
E à hoste, que te suspira e agasalha,
Que te poisa com garras aguçadas
E que te roça com bicos afiados.
Vestida de branco e rosa, presenteias
Com o teu odor de cio, o sol
E quem por ali passa.
és beijada e fecundada
Consecutivamente,
Pelo beijo das abelhas,
Que te provocam, múltiplos orgasmos.
A saudade passeia-se diante de mim
Já faz algum tempo
Que a saudade se deita comigo
E não me deixa dormir.
Anda a espicaçar-me
E a desfilar diante dos meus olhos,
Que me pedem para não a ver.
Passeia-se diante de mim e sem pressa,
Querendo a reaproximação.
Apodera-se de mim
De tal modo, que até, desinquieta o meu ser.
Roça-se todas as noites nos meus sonhos,
E veste-se de gala para me impressionar.
Não sabe a dor que provoca,
Ou não quer saber…
Não consigo a … esquecer.
Leia este tema completo a partir de 2/4/2012
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