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POESIA DE VIRGINIA TEIXEIRA - Despedaçada; Vingança; Fugidia paixão

 

 

POESIA DE VIRGINIA TEIXEIRA - Despedaçada; Vingança;  Fugidia paixão
 

Despedaçada
 
Não sei esconder nem por um instante mais,
Não quero calar mais um segundo que seja,
Vou gritar até me doer a voz enquanto tu vais,
Implorar-te sem pudor que fiques onde quer que eu esteja.

Porque tu és parte de mim mesma, és mais Eu que Eu,
És uma pele que me cobre num abraço de falcão,
A manta que me protege sem a ternura de um véu,
A carne que se despedaça com todos aqueles que se vão,

 

Vingança
 

Despedaçaram-se as tuas entranhas nas minhas mãos carmesim,
Rasguei-te de ponta a pavio, escancarei as tuas costelas sem hesitar
E esmiucei todas as miudezas dessa tua vida de inutilidade sem fim.
Senti a sensação da tua carne inerte por entre os meus dedos a escapar

E com o mais gutural dos sons deste mundo vazio, soube finalmente rir.
De ti, de mim mesma, da mágoa que carrego sem que tenhas sofrido um instante.
Agora és tão desgraçada quanto eu, estás tão ferida quanto a que quiseste ferir,
Quanto aquela que se deixou morrer um pouco a cada investida trucidante.

 

Fugidia paixão
 

Fugidia paixão que me inflama
Instantes em que tudo pára por um momento
Em que só nos estamos vivos e em chama
Corpos envolvidos no calor alimentado pelo vento,

Esse vendaval que do alto da colina
Nos trespassa com a sua implacável ferocidade
Nos desalinha e visceralmente domina,
Anima a alma fêmea e atiça a sensualidade

 

Leia este tema completo a partir de 13/06/2011



12/06/2011
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