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Poesia de Xavier Zarco - há sombras que sussurram quando escrevo; Carta a Júlio Saraiva, in memoriam; ao antónio adriano de medeiros, no dia da sua morte.

 

Poesia de Xavier Zarco - há sombras que sussurram quando escrevo; Carta a Júlio Saraiva, in memoriam; ao antónio adriano de medeiros, no dia da sua morte.
 
 
 
há sombras que sussurram quando escrevo
 
 
 
há sombras que sussurram quando escrevo,
 talvez o equivalente aos tais fantasmas
 de que antónio lobo antunes fala,
 sombras que são memória do tempo
 que de facto vivi, são a memória,

 

Carta a Júlio Saraiva, in memoriam
 
 
 
camarada soube ontem da partida
 de que te foste embora sem aviso
 alguém me disse ver-te dentro de um
 dos versos do tiago veiga «as
 grandes nuvens cingiam-lhe a cintura»
 mas não te imaginei sendo qual pássaro
 preso às nuvens sequer pousado em ramos
 puta de vida ó júlio ser poeta
 que nada é e no entanto tudo abarca
 não se é pássaro e voa-se mais alto
 não se é verme mas sabe-se da terra
 puta de vida ó júlio embarcar na
 barca e cruzar o letes diz-me coisas

 

ao antónio adriano de medeiros,
no dia da sua morte.
 
 
 
antónio, o cão que se foda
 (que me desculpe a menina),
 mas há dias em que a roda
 não roda p'la nossa sina.
 
e a deus digo a mesma cousa,
 quarenta e nove, que porra,
 não é idade p'rá lousa
 registar para quem morra.

 

Leia este tema completo a partir de 4 de Março carregando aqui.

 

 

 

 



02/03/2013
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