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Poesia do Acas - António Carlos Affonso dos Santos - Bocas; Eu, o Sertão e o Mar

 

Poesia do Acas - António Carlos Affonso dos Santos - Bocas; Eu, o Sertão e o Mar

 
 
Bocas
 
O moço tinha uma boca
Era invejado e odiado
A boca movimentava
 Com pedra, pó, folha e pasta
E muita gente se alimentava
 Sem sair do lugar
Muita gente viajava
 Sem sair do lugar ... .
 Muito mais gente dependia
 Da boca do moço.
 .............................
 (Chegou a polícia
Fechou a boca do moço.)

Quando o moço que tinha a boca
 Calou a sua para sempre
 Chegou novo moço;
 Presunçoso; abriu a boca
 Morreu na mão dos rivais
 Muita gente dependia
 Da boca que fechara
 Muito mais gente ansiava
 Que mais bocas fossem abertas
 
Eu, o Sertão e o Mar

 

Uma estrada de terra teima em existir,
 Ainda rasga trechos de chão, ond ´eu menino brincava,
 A estrada de terra ficou lá, no meio do mato!
 Lá, onde nascem versos e causos,
 Lá, onde pisei na terra, onde nascem flores e cereais... .

 As águas do Rio do Pântano, um córrego,
 Que lavavam meus pés descalços
 Levaram minhas lembranças... .
 Sei que aquelas águas do meu tempo,
 Assim como eu, percorreram longos caminhos.
-Talvez já tenham chegado ao mar, tal a distância!

 

 Leia este tema completo a partir de 16/4/2012

 



14/04/2012
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