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POESIA E TEXTO POETICO DE ARLETE DERETTI FERNANDES - Terno Amor (Poema) e Meu amigo Jimmy (Prosa)
 
Terno Amor
 
Em mágicas, nesta louca paixão me enlaço,
E me entrego ao amor, e me embriago.
Bebo do cálice desta volúpia ardente,
Em movimentos lentos, sorvendo cada trago.

O desejo me renova, ao contemplar-te,
Como se em ti, existisse algum espaço
Que não conheço ainda, e a cada passo,
De novo te vasculho, em calma prova.

Meu amigo Jimmy
 
Amanhecera mais tarde. Tempo gelado, inverno no vale. Os raios de luz do sol apareciam tímidos por trás das montanhas.
Um homem desceu do ônibus. Idade? Mais de sessenta e menos de setenta. Cabelos grisalhos bem ralos.

Caminhava devagar, segurando uma surrada pasta de couro, gasta pelo tempo e pelo uso. Cigarro barato no bolso da camisa. Modesto paletó azul-marinho. Na pasta, bilhetes de loteria para vender.

Caminhava uma quadra da rua principal até a casa de meus pais, onde encontrava um pouco de calor humano, batia um papo e tomava café. Tinha um distante parentesco com minha avó materna.

Nestes papos contava muito de sua vida. Os fatos considerados violentos não eram falados perto de mim porquê eu era uma adolescente.

Jimmy gostava de conversar com meus familiares, era ali o único lugar que podia falar de poesia, escritores e política. A filha do segundo casamento não possuía alcances para estudar devido a um retardamento mental. Talvez ele visse em mim uma projeção de uma filha que não teve tempo de ter.

Eu estudava no colégio que era considerado o melhor da cidade, das irmãs salesianas. Os pais de alunas faziam sacrifício para pagar as mensalidades e despesas, mas ficavam felizes em dar uma boa escola para as filhas. Eram só mulheres e freiras.

Leia este tema completo a partir de 11/07/2011