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Recordar o Raizonline - Trabalhos de números de arquivo - COLUNA DE JOSE GERALDO MARTINEZ -

 

Recordar o Raizonline - Trabalhos de números de arquivo - COLUNA DE JOSE GERALDO MARTINEZ  - CONTO MINEIRO

 

inserido originalmente na EDIÇAO Nº VIII  - 2ª SEMANA, 2º NUMERO DE FEVEREIRO DE 2009 - (Veja o Link )

Rafael aparece trazendo um crânio encontrado no quintal, para o pavor da mãe e irmã que depenavam uma galinha para o almoço domingueiro, na bucólica cidadezinha situada na zona da mata, ladeada pela Serra da Mantiqueira, cuja topografia irregular pintava os tetos dos telhados antigos, além das inúmeras construções que resistiram ao tempo da corrida ao ouro nas «Minas Gerais».

Prefiro não citar o nome, muito embora se o fizesse, estaria colaborando na divulgação da tal cidade que escondia atrás de seu secretário municipal da cultura, um homem gordo e preguiçoso ( cargo de confiança) que se limitava apenas na mostragem das fotos das cidades históricas, São João Del Rei, Tiradentes, Congonhas do Campo, Ouro Preto... exceto de sua cidade que apesar de pequena, guardava muito da história brasileira e mineira dos inconfidentes e da própria colonização.

Voltando a Rafael, mineirinho arteiro e traquina, acompanhado de outros garotos que se revezavam com o tal crânio a atormentarem as meninas do lugar. O padre foi chamado, além do delegado de polícia para investigar o tal crânio encontrado, misteriosamente, no quintal de Rafael.

A notícia não demorou a se esparramar e o menino passou a ser manchete no jornal, o que lhe causava orgulho toda vez que se via segurando o tal crânio. Tétrica, não fosse tão cômica a história ocorrida nos anos oitenta, lá na zona da mata mineira.

Não demorou e dona Jacinta, benzedeira conhecida do bairro e respeitada vidente, receber a visita de meia dúzia de caveiras em seu quintal. Uma delas ainda tinha cabelos e tudo indicava ser de uma mulher. Caprichosamente uma outra acomodou-se no canto da varanda, exatamente encostada em um dos pilares, como se a tomar uma fresca na manhã chuvosa.

A cidade entrou em polvorosa e o prefeito tentava abafar os fatos que de certa forma afugentava os poucos turistas que por lá passavam pois, pela localização geográfica, estava perto das principais cidades turisticas e os hotéis seriam mais baratos.

Um ataque de caveiras? Vingança malígna do além? Os mais exagerados : cidade amaldiçoada! Igrejas lotadas e fiéis rezando! Ainda que não quisessem, pessoas chegavam de todos os cantos e por um bom tempo, Tiradentes , São João Del Rei, Congonhas do Campo e Ouro Preto, ficaram às moscas. O assunto era a cidade das caveiras! Pastores envangélicos, exorcistas brasileiros e estrangeiros pesquisavam Rafael e ele malandro gostava e por vezes até ameaçava algum xilique para pavor de todos!

O menino teria trazido a maldição para cidade? Dona Jacinta, aquela tal benzedeira e vidente, sumiu de mudança para lugar ignorado! Rafael reinava solitário com o sucesso que lhe caíra de graça nas mãos.

Entrevistado pela televisão, tratou de virar os olhos a ponto de ser interrompida a entrevista pelo susto que a repórter levou! Estaria possuído?

Não demorou para começar a cobrar pelas entrevistas, afinal, era mineiro com sangue turco. O avô «Jamil», ainda mantinha pequena loja no centro da cidade e era famoso negociador de armarinhos e o pai de Rafael, Mamed, era dono de uma loja de roupas!

 

Leia este tema completo a partir de 27/06/2011



23/06/2011
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