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Recordar o Raizonline - Trabalhos de números de arquivo - O Mandarim de Eça de Queirós, sob a visão do Orientalismo.- Por Arlete Deretti Fernandes.- Texto completo publicado em anexo à EDIÇAO NºXVII , 1Iº NUMERO DE ABRIL DE 2009 com introdução no seguinte

Recordar o Raizonline - Trabalhos de números de arquivo - O Mandarim de Eça de Queirós, sob a visão do Orientalismo.- Por Arlete Deretti Fernandes.- Texto completo publicado em anexo à EDIÇAO NºXVII , 1Iº NUMERO DE ABRIL DE 2009 com introdução no seguinte link:  carregue s.f.f.


Este estudo tem como objetivo, uma leitura da novela O mandarim, de Eça Queirós, sob o ponto de vista do orientalismo, corpo de conhecimentos acerca do Oriente desenvolvidos pelo e para o Ocidente, apresentado por Edward W. Said em «Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente.»

A novela apresenta Teodoro, um lisboeta típico, de «existência bem equilibrada e suave», que tem a oportunidade de enriquecer com a simples eliminação de um mandarim através de um toque de sineta.
Teodoro aceita a oferta, provavelmente feita pelo Diabo, e passa a desfrutar das riquezas herdadas do mandarim até que a figura deste passa a persegui-lo. Após tentativas várias e fracassadas de se livrar do fantasma do chinês, ele decide que o meio de fazê-lo é viajando ao Oriente e dividindo sua fortuna com os órfãos do falecido mandarim.
Sua estadia na China compreende dois momentos, um de tranqüilidade e desfrute das «maravilhas» chinesas, no qual até «se transforma» em chinês, e outro no qual se depara com a miséria e a violência da população chinesa, à qual ele pretendia beneficiar. Sua empreitada não obtém sucesso e Teodoro volta a Lisboa, onde acaba tendo que se conformar em conviver com a figura do «bojudo» mandarim.
Do ponto de vista do orientalismo, a aventura de Teodoro na China pode ser considerada uma empreitada colonial que é mal sucedida em função da falta de um elemento indispensável para a conquista do Oriente que é o conhecimento, ainda que produzido pelo Ocidente, acerca desse Oriente.
Contexto
Antes de tudo será importante darmos um passeio histórico pelas regiões onde ocorre a novela, e que é despertado pelo romance do realista português. Os contextos levantados serão de Portugal e China – da segunda metade do século XIX, período da publicação de O mandarim (1880).
O acontecimento de maior relevância neste período envolvendo a China é o enfraquecimento do Império do Meio, mencionado, inclusive, por Teodoro que procurava notícias da China em artigos e jornais.
O que seria o Império do Meio?
No fim do século XIII, quando Marco Pólo volta da China para Veneza vem à tona, por intermédio do viajante, a riqueza e o poderio de uma terra que parecia ser mais poderosa que a própria Europa. A verdade é que num período em que a Europa vagarosamente se livrava da Idade das Trevas, a China constituía uma civilização altamente desenvolvida. Tamanho era este requinte que acabaram se considerando o centro do Universo, por isso o Império do Meio. E embora isso só tenha vindo à luz, para o Ocidente, no século XIII, a organização do Império Chinês data do século VI a.C.

Voltando ao século XIX, período decadente para o Império do Meio, vale destacar que os acontecimentos compreendidos a partir de 1850 estão totalmente influenciados pelos acontecimentos da primeira metade do século.
Em 1839 deflagra-se a primeira Guerra do Opio, onde a China tentava reagir à prática ilegal que estava enfraquecendo sua economia ao mesmo tempo que os ingleses queriam continuar lucrando com este comércio que estava lhes rendendo muito bem. «Os ingleses tomaram várias cidades costeiras. Quando ameaçaram subir o rio Yangtze a Nanquim, os chineses pediram paz». (Nações ..., p.10, 1987)

Com isso a China cedeu Hong Kong para a Inglaterra e comprometeu-se a pagar uma indenização de 21 milhões de dólares, além de abrir mais quatro portos para o comércio exterior.
A vulnerabilidade da China deu oportunidade aos ingleses de novo ataque, desta vez acompanhados pelos franceses.

Este segundo ataque insufla um levante popular, liderado por um cristão, Hong Xinchuan, que recrutou vários seguidores camponeses dando origem ao movimento «Taiping Tianguopag» que, embora não aparentasse estar preparado para resistir em campos de batalha, retomou aos poucos o território ocupado pelos europeus, dominando assim o regime interno por 11 anos. Curiosamente o regime Taiping se assemelha muito ao atual regime da China: «Devemos arar juntos e gozar em comum o fruto de nosso trabalho» (Nações ..., 1987, p.10)
O regime de Hong é derrotado, não por forças imperiais, mas sim por milícias da província, que, são financiadas pelo interesse ocidental.

 

Leia este tema completo a partir de 23/05/2011

 

 



21/05/2011
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