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Sobre a penosidade - Reflexão de Michel Crayon

 

 

Sobre a penosidade - Reflexão de Michel Crayon
 
Esta coisa de estar de férias tem as suas vantagens mas tem também, e penso mesmo que em maior medida, as suas desvantagens. Para uma pessoa como eu, caso não único certamente, quando apetece estar de férias é na altura em que se está a trabalhar e quando nos apetece não estar de férias é quando temos de estar de férias, porque trata-se, pelo menos a partir de uma dada altura das férias de praticar uma obrigação que é a obrigação de estar e continuar de férias.

 

Pelo contrário - por muito que arredemos esta ideia má que vou referir - quantas vezes, durante o ano (de trabalho) acordamos penosamente e ainda na cama dizemos: «porra, hoje não me apetecia mesmo nada ir trabalhar!». Mas temos de ir, mesmo que o trabalho esteja todo entrançado, que tenhamos vontade de passar pelo contentor e arrastá-lo connosco até ao 10º andar (mesmo pelas escadas para não fazer cheirar ainda mais mal o elevador) e chegados perto da secretária abraçar todo o papelame, em várias dobradelas da espinal medula e colocando as mãos em pá, e enterrar tudo o que estiver sobre a secretária dentro do dito contentor do lixo, separando é claro as coisas de forma a cumprir as boas regras da reciclagem...

 

Mas não podemos, é claro. Sentamo-nos ainda mais penosamente do que nos levantámos da cama, começamos a atirar clipes com a esferográfica contra tudo o que apareça e já lá esteja na sala, fazemos bolinhas de papel e jogamos o basquete amontoando falhanços na carpete e olhamos ansiosamente para o relógio que parece estranhamente trabalhar sempre mais lento nesses dias.

 

Leia este tema completo a partir de 15/8/2011

 

 

 



13/08/2011
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