Textos Poéticos de Ilona Bastos - Conchas e Mundos; Uma questão de luz; Chegada da Primavera
Textos Poéticos de Ilona Bastos - Conchas e Mundos; Uma questão de luz; Chegada da Primavera
Conchas e Mundos
Disse:
«Sim, gostaria de ser encontrada, como uma concha finamente trabalhada, à beira-mar, com o brilho que a água lhe confere e o encanto próprio da areia onde se deita.
«Gostaria que sobre mim se debruçassem – olhos de criança, abertos, espantados –, e se dessem ao trabalho de me apanhar cuidadosamente, como quem pega numa pérola muito pequenina, frágil e valiosa, que se não pode perder.
«Gostaria que me guardassem com alegria e me mostrassem aos outros. «Vejam, vejam que conchinha linda eu encontrei!».
Uma questão de luz
Caminhando, ontem, pelas Avenidas Novas, ao entardecer, foi o meu olhar atraído por um edifício largo e antigo, em cuja fachada se estampava uma faixa dessa luz mágica com que o sol poente acaricia a Terra antes de se despedir para uma nova noite.
Encantado, deixou-se o meu olhar prender por essa luz, ao cimo, à esquerda, para depois descer sobre os braços escuros, sólidos, retorcidos, longos, dessas árvores elegantes, ágeis, plásticas, que se erguem, como esculturas, na placa central da avenida.
Chegada da Primavera
Assisto, inebriada, ao milagre da chegada da Primavera.
O céu é do mais profundo azul. O sol brilha acolhedoramente. A temperatura e a placidez, no jardim, são de uma afabilidade enternecedora. O barulho da água, a precipitar-se em luminosas cascatas, emociona-me.
Verdadeiramente, a Primavera chegou, e mesmo os ramos das árvores, até ontem despidos, se encheram subitamente de folhas verdes ou castanhas avermelhadas, consoante a sua natureza.
Os pombos, aos pares, namoram. Os pardais saltitam e voam alegremente.
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