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UM RELOGIO FIXE - Conto de Ilona Bastos

 

UM RELOGIO FIXE - Conto de Ilona Bastos 

 

Num domingo, ao almoço, sem esperar, o Tiago recebeu do avô um magnífico relógio.

 

- Repara! - disse-lhe o avô. - O relógio tem luz no mostrador, todas as horas estão marcadas com algarismos, é à prova de água e funciona a pilhas, por isso não precisas de lhe dar corda...

- Fixe! - exclamou o menino, maravilhado. – Muito obrigado, avô. Vou andar sempre com ele.

 

E assim fez. O menino colocou o relógio no pulso, empoleirou-se ao colo da mãe para que lhe relembrasse a leitura das horas, e a partir desse dia não mais largou o relógio.

 

Na escola foi um sucesso, naturalmente, pois de todos os relógios presentes - que nos braços das crianças cronometravam mil e uma tropelias - o relógio do Tiago era o mais fantástico, o mais moderno, enfim, o mais fixe... Nunca se atrasava, nem adiantava. E ao menino não dava trabalho algum, pois nem de corda o relógio precisava, sempre enérgico, sempre dinâmico, sempre pontual!

 

E, também, assim, o Tiago passou a ser o aluno mais pontual da sua sala!

 

Ora acontece que numa noite, encontrando-se o menino a dormir, começou o relógio a sentir-se indisposto: eram os braços doridos - isto é, os ponteiros sem força; era uma forte dor de cabeça - ou seja, o mecanismo a fraquejar; eram umas tonturas tais que o ponteiro dos segundos - aquele mais veloz e mais traquinas, com uma energia ímpar - dava um passo à frente e outro atrás, sem saber se avançar se recuar.

 

O relógio ainda tentou chamar a atenção do menino, soltando pics e tics e tucs - o que nele não era nada habitual.

 

 

 Leia este tema completo a partir de 29/10/2012

 

 

 

 



28/10/2012
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