Viver na gandaia e continuar a ser gente
Viver na gandaia e continuar a ser gente
Estamos na lixeira do Hulene - nos arredores da cidade de Maputo - onde o tempo, para aqueles que vivem na gandaia (acto de revolver lixo), não conta.
é um território estranho, desumano, repugnante e, até certo ponto, cruel. Vivem ali - dos detritos que são despejados diariamente - homens de todas as idades, incluindo velhos e crianças, que nos vão dizer, sem qualquer remorso, que «nós comemos carne todos os dias».
Mas essa carne de onde é que vem?! E eles sabem perfeitamente de onde é que vem essa carne! «Vem nos camiões da Neoquímica».
A Neoquímica é uma empresa que tem camiões cuja vocação principal é recolher para a lixeira restos de comida que já não servirão para o consumo humano, mas que tem comensais especiais: os sobreviventes da gandaia.
Chegámos de manhã e, como não tínhamos ainda a informação detalhada do que estava a acontecer, ficamos receosos - depois de estacionar a viatura que nos transportava - e ansiosos: descemos ou ficamos à espera de orientações?
Alguém nos dizia que será extremamente perigoso andar por perto da lixeira, onde aqueles jovens perderam toda a sensibilidade humana. Eles podem te agredir, violar e até matar, por isso, todo o cuidado será muito pouco.
E nós queríamos compartilhar com o nosso leitor, o outro lado da vida, que é protagonizada diariamente por homens e mulheres, incluindo velhos e crianças, que medram alimentando-se de comida putrefacta e dormindo ao relento e fazendo filhos na lixeira.
Leia este tema completo a partir de 2/4/2012
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